terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Episódio 713: Intensidade


Dawson está em seu quarto em L.A. Ele acaba de contar a Joey o que aconteceu entre ele e Susan no sábado passado. Joey, que estava concentrada nas palavras do amigo, até então, sorri ironicamente. Dawson fica bravo e levanta da cama. Vai até o criado-mudo e pega o aparelho telefônico. Tira do gancho, mas antes que comece a discar o número, Joey se aproxima para interrompê-lo. Bastante apreensiva, ela toma o telefone das mãos dele.
Joey: - O que você vai...
Dawson: - Eu preciso falar com ela!
J: - Não acredito que se deixou seduzir por uma garotinha, Dawson! – fazendo cara feia – Não estou reconhecendo você!
D: - Eu preciso falar com a Andie!
Joey pressiona os lábios um sobre o outro e franze a testa. ‘Como pôde fazer isso?!’
J: - Tem certeza que vai querer contar para ela?
D: - Está sugerindo que eu esconda isso da minha namorada?
J (faz cara feia ao ouvir a expressão ‘minha namorada’): - Você já pensou nas conseqüências?
Dawson olha aflito para a Joey. Volta a sentar na cama, abaixa a cabeça e a pressiona com as mãos. Joey, que estava de pé ao lado dele, apóia uma mão num ombro do amigo, tentando confortá-lo.


Abertura de Dawson’s Creek – 7ª temporada. Música: I don’t want to wait.


Em Capeside, no Ice House, o dia está sem muito movimento. Pacey faz algumas contas no balcão, enquanto escolhe o MENU com uma de suas garçonetes.
Nesse instante, Susan entra rebolando e chamando a atenção de todos os poucos clientes. Pacey a vê e arregala os olhos.
Pacey: - UAU!
Sausan: - Bom dia, Petey. – olha para o cartaz do “The Creek’’ na parede do restaurante – Quero dizer, Pacey Witter, não é?
P: - Sim. E você é a...?
S: - Susan Morgan. – sorri lindamente, reluzindo o brilho de seus dentes perfeitos, e dá a mão ao Pacey para lhe cumprimentar.
P (sorriso sarcástico): - Espera, você disse MORGAN?
S: - É. A minha falecida prima escreveu sobre você no diário dela. Sei que você conhecia a Abby.
Pacey ficou um pouco sem reação, assustado com a situação bizarra: a prima da garota mais venenosa do colégio era uma tremenda gata e estava ali na sua frente dando mole para ele.
Susan sentou no banco, apoiou seu braço no balcão e inclinou-se em direção ao Pacey. Quando sua boca estava a uns dez centímetros de distância do rosto do Pacey, ela soprou nos olhos dele. Pacey se estremeceu e passou a mão no olho.
S: - Desculpa, mas tinha um cílio caído.
P: - Obrigado. A propósito qual a sua idad... Erh, eu quis dizer, qual vai ser o seu pedido?
S (femme fatale): - Hmmm, boa pergunta Brian Flanagan. Mas não vou pedir nada, por enquanto.
Andie (com a voz mais grave): - EU FALEI “OLÁ”, PACEY!
P (olha para o lado assustado com o grito, finalmente desviando o olhar da Susan): - Andie! Nem vi você chegar! – sorriso bobo.
A: - Que bom que finalmente percebeu. – olha para a Susan e estende uma mão. – Olá, Andie McPhee.
S: - Susan Morgan. Ah, e sei quem você é.
A: - Ah, sabe? – pausa abrupta – Você disse MORGAN?
S: - Sim, e você é a louca – deixa escorregar a palavra propositalmente. – Perdão, não foi o que eu quis dizer, mas é que...
P (interrompe e completa com prontidão): - Ela é a prima da Abby e andou lendo sobre nós naquele maldito diário.
A (surpreendida/assustada): - Oh!
S: - Não só lá. É impossível não comentar, mas é que eu vejo vocês também na série do Dawson, sabe.
A (ignora a Susan e fala pro Pacey): - O que é isso?
P: - Calma Andie! – segura nos ombros dela e fala baixinho no seu ouvido – Quietinha ok?
Andie vira e fica de frente para a Susan. Observando seu perfil. Susan a encara com um olhar de deboche.
P: - Erh, Susan, se você não se incomodar, pode nos dar licença, só um minuto, preciso falar com a Andie. – puxa Andie antes que Susan fale mais alguma coisa e a leva para a entrada da cozinha do Ice House.
A: - O que essa garota está fazendo aqui? Quer dizer... De onde ela surgiu? O que ela queria com você?
P: - Uma pergunta de cada vez, certo? Primeiro, eu estou tão surpreso quanto você. Olha só para ela: o diabo em pele de cordeiro. Viu aquele rosto? E aquela voz... A garota fala igual à prima, mas numa versão século XXI.
A: - Pacey, você está caidinho pela Morgan II. – dá uma tapa no braço dele. - Pára de olhar para ela!
O telefone celular da Andie toca. Ela olha no visor e o identificador de chamadas avisa que é o Dawson.
A: - É o Dawson, vou atender ali na frente. – vai em direção à parte externa do restaurante, enquanto o Pacey dá uma última olhada para Susan e segue para dentro da cozinha.
Dawson (no outro lado da linha, em L.A.): - Andie?
A: - Quem mais?
D (sorri): - Bom dia!
A: - Bom dia meu amor.
D: - Tudo bem por aí?
A: - Hmmm, Dawson você não vai acreditar... mas eu acabei de conhecer a prima da Abby Morgan.
D (engole em seco): - Conheceu?
A: - Sim, ela está aqui no Ice House. Falou umas coisas esquisitas e paquerou o Pacey.
D (cauteloso): - O que ela falou?
A: - Sobre me conhecer a ao Pacey, sobre seu seriado e o diário da Abby. Só isso, por quê?
D (menos tenso): - Ah, nada. Só curiosidade.
A: - Ok. – empolgação na voz – E você? Como é que está? E a Joey?
D: - Tudo bem por aqui. A Joey foi para a aula dela. Eu vou encontrar o Spielberg daqui à uma hora para resolvermos uns últimos detalhes do filme.
A: - Quer dizer que você não virá mesmo essa semana? – faz biquinho.
D: - Infelizmente não. Liguei para te avisar justamente isso. Ei, não fica assim. Se tudo sair como eu espero, estarei em Capeside na próxima sexta-feira.
A: - Está certo. Boa sorte então. Manda um ‘alô’ para Joey. A gente se fala.
D (fala antes que ela desligue): - Eeei... Só mais uma coisa: AMO VOCÊ.
A (sorriso bobo): - Amo você também.

Andie desliga o aparelho celular e caminha para dentro do restaurante. Ao se aproximar do local onde Susan estava conversando com a Katie, a amiga garçonete, escuta algo que chama sua atenção.
Susan: - O Dawson? Uau! Ele é um gato!
Katie: - Acredita que nunca o vi pessoalmente?!
S: - Azar o seu. Como eu estava te falando, quando ele me beijou...

Andie ficou congelada no lugar ao escutar essa parte. Ela avança nas garotas.

A: - E você gostou do beijo?
S (assustada/maliciosa): - O que, você nunca experimentou beijá-lo? Pensei que acontecesse assim no grupo de vocês, trocam sempre de casais, não é?
A: - Desembucha logo, Susan.
S: - Ok. Você que está pedindo... Se eu gostei não, é? Bom, ninguém nunca me segurou daquele jeito. Urh, quase não respirávamos. O clima estava tão... QUENTE, que se não fosse aquele telefone dele tocando e atrapalhando tudo, acho que não ficaríamos só no beijo, se é que você me entende.
Andie estava tão absorvida pelo ódio que as lágrimas escaparam facilmente dos seus olhos. Ela nem percebeu que já estava na cozinha abraçando o Pacey.
Pacey: - McPhee? O que aconteceu? Andie? Andie, responde... Por que está chorando?
A (soluçando no peito dele): - E-eu não acredito que e-ele fez i-isso comi-igo, Paceyyy.
P: - Ele quem? Fez o que? – levanta o rosto dela delicadamente e enxuga suas lágrimas.

Andie narra tudo o que aconteceu lá fora, sobre o telefonema e a conversa que ela escutou da Susan com a Katie e depois, da história do beijo. Pacey fica pensativo e sem ação de imediato, mas depois recupera a voz e tenta ajudar a amiga.
P: - Olha Andie, espera um pouco. Você escutou a conversa de uma garota a qual temos péssimas referências. Além disso, você acabou de conhecê-la. Quem sabe ela inventou tudo isso? E te confesso é o mais provável. Pense bem, acha mesmo que o Dawson faria isso? Se envolver desse jeito com uma garota dessas. – lembra do físico da Susan e oscila no final da frase.
A: - Você tem razão. Mas não sei Pacey... Algo dentro de mim... Sei lá, algo me diz que aí tem coisa, sabe. O Dawson estava meio frio comigo no telefone. Você faria uma coisa por mim?
P: - Qualquer coisa.
A: - Vem comigo à Califórnia?


Em L.A., Joey chega em casa e encontra o Pacey sentado no sofá da sala de estar do Dawson. Ela se assusta, mas antes que comece a falar, Pacey se levanta e tapa a boca dela.
Pacey: - Shhh... Não queremos interromper, tudo bem? – inclina a cabeça em direção ao quarto do Dawson. – Eles estão tendo um dia difícil. E eu estou aqui pronto para entrar lá dentro e segurar a Andie caso ela tenha algum ataque e comece a jogar coisas no Dawson. Então, silêncio.
Joey: - Oi para você também, Pacey. Pode me soltar agora?
P: - Ops... – soltando e caindo em si, afinal fazia algum tempo que ele não estava tão próximo dela. Um longo tempo de separação. Desde aquele acidente na escada. Desde que eles perderam o bebê. – Desculpe.
J (pressiona os lábios num sorriso reprimido): - Tudo bem. Mas o que foi que aconteceu exatamente com eles?
Pacey volta a sentar no sofá e faz a Joey sentar ao lado. Repassa para ela cada detalhe do ocorrido.

Enquanto isso, no quarto do Dawson, Andie está com a cabeça baixa, seus cabelos caindo na frente dela. As duas mãos tapando seu rosto molhado de lágrimas. Dawson acabou de narrar o episódio da aula de cinema.
Dawson: - Eu sinto muito Andie. Eu não faço idéia do que se passou comigo naquela sala. Num minuto eu estava pensando em você, no outro meu telefone tocou. Nesse meio tempo, fui um nada. Só consigo lamentar e odiar não ter sido forte. E eu vou entender se você quiser...
Andie (levanta a cabeça, limpa o rosto e olha para ele): - Eu não vou fazer isso.
Dawson senta ao lado da Andie na cama e faz carinho na cabeça dela, organizando a bagunça que estava o cabelo da namorada. Ela olha fixamente nos olhos dele e reflete por um tempo. Dawson está com um olhar preocupado, mas não desvia dos olhos dela.
D: - Você me perdoa?
A: - Eu só queria entender por que fez isso.
D: - Eu fui fraco.
A: - Sim, talvez. Mas eu me pergunto, e se não fosse eu? Se você estivesse namorando outra pessoa? A Joey, por exemplo.
Dawson desvia o olhar, foca num canto do quarto e cruza os braços, pensativo.
A: - Sua reação já me respondeu.
D: - Andie... – volta a olhar para ela.
A: - Dawson, eu não estou com raiva por você ter tido seu momento de fraqueza. Afinal, quem sou eu para julgar? Todos nós sabemos que já dei muitas mancadas. O Pacey que o diga. – pausa – Mas o que me deixa incrivelmente TRISTE é pensar que existe alguém pelo qual você teria reagido ao assédio da Susan. E eu sei que nunca serei o que esse alguém é para você. Sua alma gêmea, aquela por quem você jamais hesitaria.

Andie olha para baixo e deixa escapar mais uma lágrima. Dawson toca o queixo dela e a faz levantar a cabeça. Em seguida, ele dá um beijo no local onde a lágrima parou, no centro da bochecha da Andie. Depois a olha intensamente.
Dawson: - Andie, eu sinto muito. Jamais sonhei em te causar metade dessa tristeza. Eu sei que... – pensando – O que estou querendo dizer é que, finalmente estou refazendo meu mundo sem ela. E sabe qual a maior ironia? É que ela resolveu me querer justamente agora. Justo quando eu encontrei a garota mais incrível e surpreendente do mundo. A garota que devolveu a esperança para o meu coração. – ele se levanta e fica de frente para Andie, que continua sentada. Ele aponta em direção à sala e continua a falar – A Joey é sim minha alma gêmea, mas você Andie, – apontando agora para ela agora – você é o verdadeiro amor. O que nós temos é concreto. É tão REAL. Quase tão raro quanto ter a chance de conhecer sua alma gêmea, entende? Andie, você tem sido as risadas matinais, as músicas que ouço, sa falas nos roteiros... E eu não quero perder isso. Eu não quero perder você. Quando digo que a amo, estou falando com toda... – é interrompido pela Andie que pulou nele, agarrando seu pescoço e beijando sua boca como jamais havia feito. Com a maior INTENSIDADE que poderia, e era essa apalavra que o Dawson teria dito se tivesse tido chance de finalizar sua frase.

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