terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Episódio 709: Um dia daqueles


Capeside. Uma semana depois do episódio do cinema. Dawson no quarto da Lily ao telefone. Ele está falando com sua nova namorada, a Andie. Ela está no apartamento dela, ou melhor, no apartamento que divide com o Pacey.
Dawson (sorrindo): - Também já sinto sua falta.
Andie: - Ah... que saco! Hoje vou estar de plantão no hospital, senão passaria a tarde com você!
D: - Eu te pego amanhã pra gente almoçar no Fresh Fish.
A: - Hum, é uma ótima idéia. A propósito, você já falou com ela?
D: - Ainda não.
A: - Você precisa esclarecer as coisas com ela. A Joey não deve ficar fazendo esse tipo de coisa... beijar você daquele jeito. Imagina se o Pacey descobrir!
D: - Calma, Andie! Eu prometo que vou ter uma conversa com a Joey, se for possível ainda hoje.

Abertura de Dawson’s Creek – 7ª temporada. Música: I don’t want to wait.


Andie desliga o telefone, enquanto isso o Pacey se apressa para chegar à cozinha antes que ela perceba que ele estava escutando sua conversa com o Dawson. Na cozinha:
Andie: - Bom dia, Pacey!
Pacey (aborrecido): - Bom dia!
A: - O que houve? Caiu da cama?
P: - Quase isso. Sonhei que caia de um abismo dentro da boca de um leão.
A: - Credo! Que horror.
P: - Brincadeira, McPhee. Só querendo te assustar. Vai trabalhar?
A (sorriso zangado): - Não faz mais isso, Pacey! E, sim, vou trabalhar. Plantão hoje. Atender umas mamães barrigudas e uns bebês chorões. Meu hobby. E você? Vai pro Ice House?
P: - Infelizmente. Hoje serei o administrador e o chefe de cozinha ao mesmo tempo. O dia promete ser cansativo.
A: - Pra nós dois! Mas a gente dá conta! – sorri tentando anima-lo.
P: - Ok, McPhee. Quer uma carona?
A: - Vou recusar, ainda tenho algumas coisas a fazer antes de ir.
P: - Tudo bem. Bom dia de trabalho. – beija a testa dela e sai do apartamento.


Enquanto isso, no B&B Potter’s Bessie e Joey tomam café da manhã com os outros hóspedes da pensão.
Joey: - E o Bodie? Volta quando?
Bessie: - Tudo indica que no próximo mês. Não agüento mais a saudade. Oh, desculpa Joey. – percebe o desânimo da irmã com esse comentário.
J: - Ah, que é isso, Bessie. Grande coisa sentir falta de alguém! Eu estou bem. – pausa. Percebe o olhar interrogativo da irmã. – Tudo bem, eu VOU ficar bem. Só me dá um tempo pra pensar em tudo o que aconteceu, ok?
B: - Joey, você precisa resolver essa situação. Você tem 26 anos, está grávida do Pacey, mas ainda assim beijou o Dawson. Isso não é certo.
J (muito irritada): - Eu sei disso, Bessie. Não precisa você ficar me dando bronca.
B: - Não estou dando bronca. Só estou te abrindo os olhos. É minha obrigação de irmã. Prometi a mamãe que cuidaria de você.
J: - Ah, claro OBRIGAÇÃO.
B: - Não foi isso que eu quis dizer. Você sabe que te amo, Joey. Mas você sempre disse que não queria cometer os meus erros. E hoje eu vejo que você não está muito diferente, afinal está grávida do seu namorado e nem sequer moram juntos. O que é pior, anda tendo crises de insegurança com relação ao que sente por ele.
J (gritando): - Eu amo o Pacey, Bessie!

Todos os hóspedes pulam na cadeira. Um deles, um senhor de idade, se engasga com o café. Bessie dá um olhar repreensivo para a Joey. Então ela se levanta, abre a porta e sai apressadamente de casa.

No Ice House, Pacey está se desdobrando. Alguns funcionários faltaram e ele está tendo que preparar os pratos e servir algumas mesas. Além dessa trabalheira extra, ele ainda está tentando suportar a raiva que sente do que ouviu a Andie falar ao telefone mais cedo. “Como a Joey pôde ter feito o que fez?” “Beijar o Dawson?” “Há quanto tempo será que eles andam tendo esse tipo de comportamento?” Afinal ela morando com ele em LA, os dois dividindo a mesma cama... poderiam está tendo um caso escondido há décadas sem que ele saiba. Pacey estava decidido a procurar a Joey ainda nesse dia para esclarecer essa situação.
Porém seus pensamentos foram interrompidos com a chegada de uma cliente totalmente inesperada. Pacey precisou esfregar seus olhos para ter certeza de que estava realmente vendo aquela pessoa que se aproximava dele.
Pacey: - Tamara Jacob? – sorriso surpreso.
Tâmara: - Pacey Witter! – sorriso presunçoso.
P: - Uau! Você está ótima.
T: - Estou? Obrigada! E você? Um adulto finalmente!
P: - Oh, sim! Você viu? Eu cresci. Sou um homem, Tamara. - pisca um olho.
T: - Sim, Pacey. Estou muito feliz com o que encontrei. Hm... estive aqui outro dia, andei observando você. Estava tão ocupado que não quis atrapalhar. Acho que você me surpreendeu. Um homem com seu próprio negócio, casado, prestes a ser pai. Sim, eu vi sua mulher grávida, jantando com você.
P: - Não é tão lindo assim. O restaurante, eu administro, mas é uma sociedade com membros da minha família. A esposa é namorada. E o filho que ela espera, eu ainda acredito que seja meu. Continuo me sentido um perdedor.
T: - Oh, Pacey, porque você está dizendo isso?
P: - Eu finjo não me importar, mas o fato deles, os meus amigos, terem prestado uma universidade e eu não, me deixa frustrado. Sem contar que posso ter sido traído pela minha namorada com meu ex-melhor amigo.
T: - Eu sinto muito Pacey. Mas ainda acredito na sua força, na sua humanidade e no seu potencial.
P: - Você me lembrou uma pessoa falando isso. – sorriso sincero.
T: - Sua namorada?
P (pensativo): - Infelizmente não. Uma ex. – balança a cabeça - Bom, mas o que te trouxe aqui? Vai lecionar e arrebatar o coração de algum outro jovem da High School?
T: - Não seja arrogante, garoto! – achando graça. – Eu venho acompanhar o meu MARIDO. Ele é o novo professor da faculdade comunitária de Capeside. Com os novos cursos, precisaram chamar alguns novos professores. Meu marido é professor de bioquímica.
P: - Marido professor. – faz bico. – Perdi minha vaga para um velhote de meia idade?
T: - Ele só tem 30 anos.
P: - Claro que você não me decepcionaria.
T: - Com certeza, Pacey. Diga-me uma coisa, qual o curso que interessava a você numa universidade?
P: - Gastronomia? Existe esse curso?
T: - Oh! Não só existe como é um dos cursos novos da faculdade daqui. O Robert lecionará numa das disciplinas desse curso. – pausa, momento de epifania – É isso Pacey! Vou inscrever você na prova de seleção. Tudo que você precisa fazer é estudar um pouco! Com certeza você será aprovado e poderá ter um diploma como seus amigos.
P: - Você me pegou desprevenido. Mas a proposta é irresistível.

Alguém buzina lá fora, na frente do restaurante. Tamara acena.

T: - Pacey, aquele é o Robert, meu marido, no carro. Preciso ir. Mas eu volto aqui logo para ter uma resposta sua, ok?
P: - Combinado!
T: - Bom ver você, Pacey!
P: - Nossa! E eu o que digo? Olha só para você. Espetacular. Esse vestidinho! Bom, não quero que o Robert me mate. Então a gente se fala, Tamara.

Ela sai do Ice House e deixa o Pacey bem mais animado. Ele ficou surpreso e feliz com a visita. Sem contar que a proposta era muito interessante. “Porque não ir a faculdade agora?” “Ainda é tempo não é?”

 Joey pegou o velho bote e remou até a doca dos Leery. Ainda no jardim, ela pega seu celular e disca o número do Dawson. Ele atende lá de cima.
Dawson: - Joey?
Joey: - Oi Dawson. Você está em casa?
D: - Sim, onde você está?
J: - No seu jardim.
D (aparece na janela da Lily): - Não vai subir? – desliga o telefone.
J (grita lá de baixo): - Preciso falar com você. Você está livre agora?
D: - Claro. Sobe, Jo.

Joey olha para a porta de entrada. Depois olha para a escada que dá para a janela do quarto da Lily. Não pensa duas vezes antes de mudar o caminho e escolher subir pela escada de fora. Dawson a observa lá do alto. Até ter certeza que ela realmente escolheu subir por ali. Dawson faz careta.
D: - Joey, Não sobe por aí. Olha sua barriga!
J: - Ah, qual é Dawson. Eu tenho prática nisso, lembra? – colocando seu pé no quinto degrau.
D: - Joey, cuidado!

O telefone dela toca. Ela pára e o tira do bolso. Segurando com uma mão e a outra na lateral da escada, Joey atende o telefone. É o Pacey.
Pacey: - Preciso falar com você!
Joey: - O que foi?
P: - Onde você está?
J: - O que você quer? Não estou podendo falar agora, estou meio ocupada. – olha pra os degraus da escada.
P (desconfiado): - Joey, o que você está fazendo?
J (zangada): - Ah, Pacey! Não começa com essas perguntas. – sente o bebê mexer na barriga, se desequilibra, olha aflita para o Dawson porque em menos de dois segundos ela escorrega do degrau da escada.

J (em queda livre): - DAWSON! – larga o telefone, que também cai no chão.
D (assustado): - JOEY!
P (do outro lado da linha): - Dawson? Joey? Joey? Joey? O que está acontecendo aí?

Dawson corre escada abaixo. Joey está desacordada e sangrando muito. Ele a pega nos braços e a coloca nos seu jipe. Liga o carro e corre para o hospital. Seu celular toca. Número desconhecido. Ele atende. É o Pacey.
P: - Dawson? Cadê a Joey? Ela está com você? O que...
D: - Pacey... é uma emergência! A Joey caiu e está perdendo muito sangue. Eu estou levando ela para o hospital. Corra para lá! – desliga o telefone e troca de marcha.

Chegando no hospital, Joey é levada às pressas pelos enfermeiros. Dawson providencia a parte burocrática na recepção, enquanto a Joey é atendida numa sala em que ele não pode ter acesso. Minutos depois, Pacey chega ao hospital. Encontra o Dawson. Pega no colarinho da camisa dele com muito desespero.
P: - O que está acontecendo aqui?
D (preocupado): - Tente ficar calmo, Pacey. A Joey está sendo examinada lá dentro. Eu pedi para que ela fosse atendida pela Andie. Agora precisamos esperar.
P (gritando): - O que aconteceu, Dawson?
D: - Senta aqui. – puxa o braço dele e o força a sentar num sofá. – A Joey caiu da escada... - conta resumidamente como foi o acidente.
P: - A culpa é minha!
D: - Não fala isso!
P: - Mas é a verdade, Dawson – olha para ele aborrecido. – Se ela não tivesse que atender meu telefonema não teria se desequilibrado.
D: - Foi um acidente, Pacey. A Joey é teimosa, ela sabia que não devia subir por ali. Mas sabe como ela fica quando quer uma coisa...
P: - Oh... claro que sei. Por isso mesmo ela estava lá não é? Pra ver você. ‘Sabe como ela fica quando quer uma coisa’... até havia esquecido o motivo pelo qual estava bravo com ela. Não faz essa cara de espanto, Dawson. Eu sei o que aconteceu entre vocês dois. Ah, e não foi a Andie quem me contou. Eu escutei a conversa de vocês dois mais cedo. Sabe, acho que isso tudo é um castigo.
D: - Pacey! Não é hora pra falarmos disso.

Andie aparece na sala de espera onde eles estão. Eles se levantam subitamente. O rosto da Andie é sem expressão. Dawson e Pacey perguntam ao mesmo tempo:
- Como ela está?
A: - Ela está bem. O sangramento parou, mas ela perdeu muito sangue. Está dormindo e recebendo soro.
P: - E o bebê?
Andie levanta as sobrancelhas e enruga a testa. Ela olha para o Dawson, aflita. Depois caminha para perto do Pacey. Segura a mão dele, olha-o nos olhos. Pacey se desespera. Provavelmente ele sabe o que significa esses sinais.
P: - Ah, meu Deus!
A: - Eu sinto muito, Pacey. Mas não conseguimos salvar o bebê. – segura forte e o abraça.

Pacey desaba no choro no ombro da Andie, que olha tristemente para o Dawson. Ele por sua vez, cai sentado no sofá com a dor da notícia.

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